quinta-feira, 14 de abril de 2011

Quem conhece os Yaconawas?

Foto de divulgação

No som do carro a batida de Rap e a letra da música chamam minha atenção: Conheço o mapinguari e o caboquinho da mata/nenhum dos dois tem coragem de viver na quebrada. Pergunto ao amigo quem está tocando e fico sabendo que são os Yaconawas, um grupo acreano do qual não consegui descobrir, até agora, o contato.

Sem número de telefone para marcar uma conversa com os músicos e comprar o CD, vou para a internet e digito no Google o nome Yaconawas. O resultado da primeira busca não é muito estimulante. Mas como sou teimosa, amplio a pesquisa e acabo encontrando várias páginas que fazem referência à banda – para minha alegria, em algumas delas é possível encontrar faixas com arquivos mp3 para baixar.

Passeio pelos endereços virtuais e anoto o nome dos integrantes em uma matéria publicada em 2008. Como não falei pessoalmente com nenhum deles, quase desisto de citá-los aqui. Mas lembrei que isso é uma crônica e, portanto, não ofendo o leitor se estiver equivocada: Adalto Rilison (piano e teclado), Kinho Dubass (baixo e voz), Eme ´C (voz), Vitor Farias (voz) e Gerabatera (bateria).

A curiosidade me leva a outras páginas onde acabo descobrindo que a música dos Yaconawas faz parte de um movimento musical que reúne grupos de outros estados da Amazonia Legal. São os repeiros (a grafia é essa mesma e a explicação é simples: vem de “rep”, do jeitinho que a gente pronuncia a palavra emprestada do Inglês Rap) nortistas, jovens que misturam sons característicos do Rap para cantar as baixadas e as periferias da região: Se a Matinta Pereira vir cantar no meu quintal/ vai perder as penas/ leva tiro e leva pau/por debaixo das palmeiras eu ando sempre esperto/pra que o bote de nenhuma cobra possa dar certo/ Não venha gringo aqui tentar nos tirar/ o nativo aqui é vaso ruim de quebrar.

A essa altura do texto, é possível que o leitor esteja se perguntando: sobre o que ela quer falar, afinal? Então me dou conta que ouvi o som dos Yaconawas enquanto atravessava a quarta ponte e olhava, pela janela, as águas silenciosas do Rio Acre invadir as casas.

*Para ouvir os Yaconawas clique aqui

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