Robert Doisneau
Para ler ouvindo Penas do Tiê
Foi por descuido que os encontrei. Pairavam graves na face. Como se buscassem, em outras lonjuras, o mistério das marolas. Desprevenida e carregando nas mãos a ingenuidade de quem é só cansaço, eu me deixei ficar. O tempo suficiente para imprimir, na leveza do que só existe enquanto etéreo, a primeira e última lembrança.
Esta que carrego agora, junto ao pulso e ao silêncio. E que de tanto percorrer outras travessias, me ponho a exorcizar enquanto a chuva, que cai no meio da tarde calorenta, molha as calçadas, o asfalto, meus pés.
(quantos botos, iaras e uirapurus espreitam agora meu desespero?)
Nenhum comentário:
Postar um comentário