quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Asas

Pablo Picasso

E de repente Marieta voou, despreocupada de meus cuidados. Tinha lhe dado o nome tão logo a vi pousando sobre a pétala de uma das flores que pendem da casa vizinha para dentro do prédio.

Estava eu, então, perdida em pensamentos de nuvens. Sem saber exatamente o motivo de me deixar ficar à janela, observando os pombos e a tarde morrendo cansada, quase sem vida nos raios do sol.

(Tem dias que amanheço assim, como se meu peito carregasse uma tristeza de pássaro – tudo tão leve e pesado ao mesmo tempo, meu deus!)

As asas de Marieta são azuis e essa informação me rouba a desesperança...

Por um instante sinto inveja, deve ser bom repousar em uma flor e ficar roçando o ar com asas azuladas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Escrita suave, tão suave quanto as asas de Marieta.
Beijos de final de semana
Leila Jalul